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Como os deepfakes sobrecarregam ainda mais o setor de saúde durante o COVID-19

Como os deepfakes sobrecarregam ainda mais o setor de saúde durante o COVID-19

A inteligência artificial (IA) demonstrou ser útil no combate ao COVID-19. Ela tem sido útil para reunir pesquisas e identificar possíveis áreas de estudo. As autoridades empregaram a IA para rastreamento de contatos, e ela também foi investigada como uma ferramenta de diagnóstico. Contudo, infelizmente, a IA também está desempenhando um papel importante no setor de saúde, no momento em que o setor precisa de toda a ajuda possível.

Neste post, veremos como os deepfakes conseguem pressionar ainda mais os recursos de saúde que já estão sobrecarregados.

O que são deepfakes?

Deepfake é um termo cunhado para descrever o conteúdo, principalmente imagens e vídeos, alterado por inteligência artificial. A IA usa uma parte do conteúdo existente como referência. O software mapeia diferentes recursos e pontos no conteúdo.

A pessoa que usa o software cria um novo conteúdo. A IA altera o novo conteúdo deixando as características o mais parecidas possível com o original. O objetivo é sobrepor o novo conteúdo ao antigo, combinando os diferentes pontos para que o novo conteúdo fique praticamente perfeito.

Geralmente vemos essa tecnologia sendo usada para colocar um novo rosto sobre uma foto antiga, fazendo com que a pessoa pareça estar dizendo algo que ela nunca disse.

Qual é o objetivo disso?

O objetivo é usar essa técnica para criar vídeos convincentes. A indústria cinematográfica, por exemplo, usa essa tecnologia para preencher o pano de fundo determinadas filmagens ou sobrepor o rosto de um ator falecido ao conteúdo já filmado.

Essa tecnologia foi usada, embora de forma relativamente ineficaz, para permitir que uma jovem princesa Leia aparecesse em Star Wars: Rogue One. Embora os fãs tenham reclamado, isso mostrou que os deepfakes tinham potencial em um set de filmagem.

Qual é o perigo disso?

O mais preocupante, no entanto, é o uso de deepfakes para espalhar fake news. Este clipe de Barack Obama produzido pela Buzzfeed com o ator Jordan Peele ressalta o perigo potencial. O vídeo foi criado para destacar exatamente como a tecnologia de deepfake pode ser usada para espalhar notícias falsas.

Ao assistir o vídeo inteiro com muita atenção, percebe-se que algo não está certo. Mas se você só assistir o clipe que foi alterado, provavelmente não perceberá que ele não é o vídeo verdadeiro. A reprodução de alguns segundos de filmagem em seu telefone será bastante convincente à primeira vista.

É aí que mora o perigo. Vídeos falsos como esses foram usados para desacreditar figuras públicas e disseminar desinformação.

Por que os deepfakes são perigosos para o setor de saúde?

Em primeiro lugar, fake news por si só já são perigosas, simplesmente porque espalham informações erradas. Vídeos falsos que alegam que álcool, calor excessivo ou frio excessivo matam o coronavírus, por exemplo, já se mostraram prejudiciais. Não há evidências científicas para embasar nenhuma dessas alegações, e todas elas viralizaram.

Outra área em que a desinformação pode ser perigosa é a maneira como ela afeta as ações e reações das pessoas para controlar as medidas instituídas pelas autoridades reguladoras. Quando manifestantes contra a quarentena bloquearam o acesso a hospitais, impedindo os profissionais de saúde de ir para o trabalho e vir do trabalho, baseava-se em um movimento legítimo, e não em deepfakes. Contudo, não é difícil observar alguém utilizar a capacidade da tecnologia para criar uma repetição do caos.

O que é pior do que fake news para o setor de saúde?

Talvez, o que esteja se mostrando mais prejudicial para o setor de saúde, é que os criminosos estão usando deepfakes como isca de clique para sites cheios de malware. Vídeos falsos podem viralizar, principalmente quando todos estão em pânico com o vírus.

Os criminosos cibernéticos estão aproveitando o poder dessa tecnologia para atrair mais vítimas. O modus operandi típico é os criminosos postarem uma miniatura do vídeo com um link. A miniatura e o cabeçalho deixam a vítima realmente curiosa sobre o conteúdo do vídeo e, por isso, elas clicam nele.

Quando eles navegam no site, o computador deles é exposto a malwares, como ransomware, keyloggers ou spyware. Se eles não possuírem a segurança cibernética adequada, o computador será infectado e eles precisarão enfrentar as consequências.

Atualmente, a maioria das pessoas fica atenta antes de clicar em um site desconhecido. Mas isso não impede que os malfeitores façam ataques mais direcionados.

Considere o seguinte cenário: você recebe uma mensagem de uma empresa que parece ter uma boa reputação, como a Organização Mundial de Saúde, ou de autoridades regulatórias do seu país, sobre rastreamento de contatos para o COVID-19. Eles exibem uma imagem em miniatura da recepção de sua empresa, com uma imagem desfocada do que parece ser um de seus colegas. Você não se sentiria tentado a verificar o link?

Observações Finais

Os malfeitores usam diversas táticas distintas para fazer com que suas vítimas cliquem em links maliciosos ou entreguem o acesso a informações. Embora alguns hackers e grupos de ransomware tenham declarado que o setor de saúde está fora de cogitação durante esta crise, outros estão aproveitando ao máximo a situação.

Qual hospital pode se dar ao luxo de ter ransomware entupindo seus sistemas vitais durante esse período? Quantos podem correr o risco de vazamento de nomes de pacientes positivos para COVID-19? Os deepfakes são apenas mais um item que pressiona ainda mais os sistemas de saúde já sobrecarregados.

Observação: Este artigo de blog foi escrito por um colaborador convidado com o objetivo de oferecer uma variedade maior de conteúdo para nossos leitores. As opiniões expressas neste artigo do autor convidado são exclusivamente da responsabilidade do colaborador e não refletem necessariamente as da GlobalSign.

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